terça-feira, 24 de setembro de 2013

Sawabona Shikoba


Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.

O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma ideia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.

Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.

Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.

E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.

Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.

Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.

Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

Caso tenha ficado curioso(a) em saber o significado de SAWABONA , é um cumprimento usado no sul da África quer dizer: “Eu Te respeito, eu te Valorizo, você é importante pra mim”.

Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA que é: “ Então eu existo pra você”

Flávio Gikovate



segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Gatilhos emocionais

Conforme o padrão do fluxo emocional que coloquei anteriormente, agora fiz uma definição melhor dos gatilhos que é o estado inicial do fluxo.



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O presente é sempre saboroso

Você já notou uma coisa? O presente é sempre saboroso, o presente é sempre cheio de contentamento. 

Preocupações e sofrimentos são causados seja por aquilo que você queria ter feito no passado mas não pôde, seja por aquilo que você quer fazer no futuro e não sabe se será ou não capaz de fazer.

Você já reparou, já parou para pensar nessa pequena verdade - que não há sofrimento no presente, não há preocupações? É por isso que o presente não perturba a mente, é a ansiedade que perturba a mente. Não há sofrimento no presente. O presente não conhece o sofrimento, o presente é um momento tão pequeno que o sofrimento não pode caber nele.

No presente só cabe o Paraíso, nunca o Inferno. O Inferno é grande demais! O Presente só pode ser pacífico, só pode ser feliz.

Osho

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mapa de Reatividade Emocional

Continuando o fluxo anterior, quando a pessoa sem percepção (sem presença) inicia a reatividade emocional então ela pode ter vários comportamentos conforme este mapa.



Padrão do Fluxo Emocional

Padrão do fluxo emocional - conforme estudos dos trabalhos de Eckhart Tolle. Assista o vídeo com explicações

Porque temos tantas expectativas?

Todos nós temos expectativas e na maior parte do tempo acreditamos ser bastante razoáveis. Descobri que esse é um padrão de comportamento muito difícil de trazer à consciência. Prendemo-nos às nossas expectativas como mulas teimosas porque do outro lado está a solidão. É um despertar doloroso abandonar as expectativas. Significa despertar em um mundo que não é como a nossa criança emocional gostaria que fosse. Sempre encobri minhas expectativas com a negação. Mas, quando comecei a enxergá-las, foi um susto ver que minha vida era toda pontilhada de expectativas. Tenho expectativas de como ser tratado pelas pessoas, de quanto e de que maneira elas me amam, de que a minha criatividade seja apreciada e até da disponibilidade das pessoas de me dar o que quero e prever meus sentimentos e humores. Tenho grandes expectativas de ser entendido e até mesmo expectativas sobre o tempo. Quando elas não são correspondidas, reajo. Às vezes xingo, outras fico zangado, outras ainda finjo que não me importo. Em geral, fico irritado. Às vezes, só sei que tenho uma expectativa quando ela não é correspondida. É quando fico irritado sem saber por quê. A razão é sempre a mesma. Algo não está acontecendo conforme eu quero.


Nunca me ocorreu que tudo isso fosse apenas a minha criança emocional. Mas, quando pude entender essa parte soterrada de mim mesmo e o grau de consciência que a envolvia, tudo ficou mais claro. É natural que a nossa criança interior tenha expectativas. É um profundo mecanismo de sobrevivência. Nossas expectativas são guiadas por dois medos. Sentimos medo de não ter o que precisamos e de ser infelizes. Isso cria uma sensação de pânico quase insuportável. No nosso estado mental infantil, precisamos buscar no mundo exterior aquilo que nos falta. Desse espaço, não conhece-mos nenhuma outra maneira de ter nossas necessidades essenciais satisfeitas. Infelizmente, nem sempre percebemos que nossas ações são conduzidas por essa criança em pânico. É um comportamento que cria problemas na nossa vida porque as expectativas sempre resultam em frustração e decepção. Jamais ninguém vai mudar para corresponder às nossas expectativas - mesmo que tentemos. Isso só cria ressentimentos e afasta as pessoas de nós. A vida construída em torno de expectativas resulta em decepção, rejeição e frustração infinitas, baixa auto-estima e até autodestruição.

Krishnananda





4 Máximas do Perdão

1. O perdão começa no nosso próprio coração. Só depois que nos perdoamos conseguimos perdoar as outras pessoas ou receber o seu perdão.

2. O perdão não é condicional, embora nossa prática do perdão muitas vezes seja.

3. O perdão é um processo contínuo. Ele vem em resposta a todo julgamento que fazemos contra nós mesmos ou contra as outras pessoas.

4. Qualquer gesto de perdão é suficiente. Qualquer coisa que possamos fazer hoje é o bastante. Esse entendimento nos habilita a praticar o perdão com perdão

Paul Ferrini




Paraíso e Inferno

Paraíso e Inferno não são locais geográficos, são psicológicos, são a sua psicologia. Paraíso e Inferno não se encontram no final de sua vida, estão aqui e agora. A cada momento os portões se abrem. A cada momento você está cambaleando entre o Paraíso e o Inferno. É uma questão que se coloca a cada momento, é urgente. Em um único momento você pode se mover do Inferno ao Paraíso, do Paraíso ao Inferno.

Ambos estão dentro de você. Os portões estão muito próximos um do outro: com a mão direita você pode abrir um deles, com a mão esquerda você pode abrir outro. Com uma simples mudança de sua mente seu ser se transforma — do Paraíso ao Inferno, do Inferno ao Paraíso. Sempre que você age inconscientemente, sem percepção, esta no Inferno. Sempre que está consciente, sempre que age com completa percepção, está no Paraíso.

Osho




Exigimos que seja como queremos

As expectativas são uma tentativa de buscar alguma coisa no lado de fora que só pode ser encontrada interiormente. Nossas expectativas são tentativas de preencher nossas lacunas, a sensação de vazio, com o que está fora. Tentamos acalmar o medo que temos do abandono esperando poder contar sempre com as pessoas. Procuramos acalmar o medo da invasão esperando que as pessoas respeitem os nossos limites. Quando esperamos alguma coisa de alguém, por mais razoável que seja, não estamos vendo a pessoa, nesse momento, como ela é. Esperamos e exigimos que seja como queremos. No nosso estado mental infantil, não podemos permitir que ela seja como é porque não suportamos a sensação de traição e abandono que se segue quando o outro não corresponde às nossas expectativas. Por trás de cada expectativa há sempre uma ferida ou uma lacuna, mas não percebemos que está lá nem que ferida é. Quando alguém não corresponde às nossas expectativas, ficamos perturbados porque sentimos a ferida da traição, da invasão e do abandono dentro de nós.

Krishnananda




Infecção

A infecção são todas as maneiras através das quais nossa energia foi negativamente afetada pelos condicionamentos. São todas as convicções e os medos repressivos que inconscientemente trazemos dentro de nós, todas as expectativas negativas e os sentimentos de limitação que assimilamos dos nossos adultos importantes. Quando crianças, somos um receptáculo de todos os medos e negativismos dos que cuidam de nós e da sociedade repressiva na qual fomos criados. Chamamos isso de "infecção" porque entrou em nossa maneira de pensar sem nosso conhecimento e espalhou-se a ponto de afetar nossa energia, nossa auto-estima, nossa criatividade, os relacionamentos, a sexualidade, a inteligência - em resumo, todos os aspectos da nossa vida.

A infecção ajuda a explicar muita coisa da experiência da criança emocional. Caso contrário, seria muito difícil entender por que sentimos tanto medo, tanta vergonha, tanta inibição e insegurança interiormente. A infecção ajuda a explicar por que nos pegamos repetindo estilos de vida e padrões que pertenciam a um dos nossos pais ou a ambos. É claro que nem tudo o que nos infectou foi negativo. Muitas das nossas qualidades positivas foram em parte herdadas de alguma maneira misteriosa.

As diversas manifestações do medo em nossa vida atual em geral apenas refletem o modo como nossos pais, ou apenas um deles, expressavam seus medos. Nossas atitudes negativas e críticas em relação aos outros e à vida geralmente refletem atitudes similares de nossos pais.

A infecção fez o molde, e todos os conceitos que temos de nós mesmos são a imagem que saiu desse molde. Não podemos imaginar outra forma de pensar nem de agir.

Se é preciso muita coragem para conhecer a nossa infecção, imagine-se então para nos livrar dela. É, sem dúvida nenhuma, o passo mais corajoso que daremos na vida. Nossos condicionamentos - a religião, a cultura, a classe social em que fomos criados - nos dão uma identidade. Até começarmos a romper com tudo isso, será difícil perceber que estamos sendo esmagados ou que existe outra maneira de viver, diferente daquilo que nos foi ensinado.

Krishnananda




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A criança e seus desafios

No seu subconsciente ocorrem as seguintes reações: uma vez que a criança em você não pode libertar-se do passado, não pode chegar a um acordo com ele, não pode perdoar, compreender e aceitar, essa mesma criança que existe em seu interior cria condições semelhantes, tentando vencer no final para, finalmente, dominar a situação em lugar de sucumbir a ela.

Todo esse procedimento é profundamente pernicioso.

...é ilusório achar que a falta de amor, por mais triste que possa ter sido quando você era criança, seja a tragédia que o seu subconsciente ainda sente que é. A única tragédia está no fato de você obstruir a sua felicidade futura ao continuar a reproduzir a velha situação, na tentativa de dominá-la.

Ao tentar reproduzir a situação da infância, você escolhe inconscientemente um parceiro com aspectos semelhantes àqueles do seu pai ou da sua mãe. Porém, são esses mesmos aspectos que tornarão impossível que você receba agora o amor maduro que legitimamente anseia, da mesma forma que foi no passado.

Você acredita, cegamente, que o fato de querer com mais força e urgência fará com que seu pai-parceiro agora ceda, mas na realidade o amor não pode vir por esse caminho. Somente quando você ficar livre dessa contínua repetição é que você não chorará mais pelo amor de um pai ou de uma mãe.

Não exigindo ser amado como uma criança, você estará igualmente desejoso de amar.

Porém, uma vez ciente de que dificilmente existe uma pessoa realmente madura, essas imaturidades do seu parceiro não serão mais a tragédia que eram enquanto você buscava constantemente reencontrar um dos seus pais, ou ambos, o que, é claro nunca poderia ocorrer.

Com sua imaturidade e incapacidade atual, você pode não obstante construir uma relação mais madura, livre da compulsão infantil de recriar e corrigir o passado.

Eva Pierrakos





Conflito entre o amor e o ressentimento dos pais

Enquanto a ferida, a decepção e a necessidade não satisfeita dos seus anos infantis permanecem inconscientes, você não pode entrar em um acordo com elas. Não importa o quanto você ama os seus pais, existe em você um ressentimento inconsciente, o que o impede de perdoá-los pela ferida.

Você só pode perdoar e esquecer se reconhecer a sua ferida e o seu ressentimento profundamente escondidos. Como um ser humano adulto você verá que seus pais são, também, apenas seres humanos. Eles não são tão imaculados e perfeitos quanto a criança pensava e esperava, contudo eles não devem ser rejeitados agora porque tinham seus conflitos e imaturidades. A luz do raciocínio consciente tem que ser aplicada a essas emoções que você nunca se permitiu perceber completamente.

Enquanto não tem consciência desse conflito entre o anseio por um amor perfeito, vindo dos seus pais, e o ressentimento contra eles, você está fadado a tentar remediar a situação depois de adulto. Esse esforço pode manifestar-se em vários aspectos da sua vida.

Você constantemente se depara com problemas e padrões repetidos que têm origem na sua tentativa de reproduzir a situação de infância de forma a corrigi-la. Essa compulsão inconsciente é um fator muito forte, mas está muito oculto do seu entendimento consciente!

A maneira mais freqüente de se tentar remediar a situação ocorre na escolha dos parceiros. Inconscientemente você saberá como escolher no parceiro aspectos semelhantes ao daquele dentre os pais que mais deixou a desejar em sua afeição e amor reais genuínos. Mas você também busca no seu parceiro aspectos do outro, o que chegou mais perto de corresponder às suas exigências.

Assim, você busca os pais novamente – de uma maneira sutil que não é sempre fácil de detectar – no seu cônjuge, nas suas amizades ou nas demais relações humanas.

Eva Pierrakos




Preso ao passado

Quando uma pessoa vive no passado, com lembranças constantes, isso indica a não aceitação dos seus erros ou se há magoa e raiva indica a não aceitação do erro dos outros.

Dentro desta postura de culpar, por magoa e raiva do outro ou de si mesmo, a pessoa vive presa a outro tempo, preso a uma ilusão, preso ao passado. Desta maneira ela está no passado, e se torna o passado, sentindo as mesmas emoções do passado como um disco riscado que se repete continuamente.

Vive repetindo o mesmo padrão de pensamento, em outras palavras, não precisa de ninguém para fazer uma amarração, a própria pessoa se amarra, se aprisiona ao passado energeticamente, obsessivamente, espiritualmente. De nada adianta viver a vida hoje preso ao passado, é o mesmo que estar estagnado, não cresce, não evolui e não pode ser feliz.

Luís Fernando Richter




Escolha conhecer em vez de julgar

Escolher "julgar" em vez de "conhecer" é a causa da perda da paz. O julgamento é o processo no qual se baseia a percepção, não o conhecimento.

O julgamento envolve sempre rejeição. Nunca enfatiza apenas os aspectos positivos do que é julgado, seja em ti ou nos outros. O que foi percebido e rejeitado, ou julgado e considerado insuficiente, permanece na tua mente porque foi percebido.

Uma das ilusões de que sofres é acreditares que quando fazes um julgamento contrário a alguma coisa, ele não tem efeito. Isto não pode ser verdadeiro a não ser que também acredites que aquilo contra o que julgaste, não existe. Evidentemente, não acreditas nisso ou não terias feito um julgamento contrário. No fim, não importa se o teu julgamento está certo ou errado.

De qualquer forma, estás a colocar a tua crença no irreal. Isto não pode ser evitado em nenhum tipo de julgamento, porque nele está implícito que acreditas que a realidade é tua para que seleciones dela o que quiseres.

Um Curso em Milagres




Usar o passado para justificar a minha raiva

Usar o passado para justificar a minha raiva só reforça a minha raiva. Por isso, tenho de aceitar o passado como foi. 

Eu não carrego o passado para o presente e não carrego o presente para o futuro. Só aceito o presente como ele é. Isso é perdão.

Não se trata de nada esotérico. Eu só deixo que tudo seja como "é". Não luto contra isso. Não tento mudar nada. Só deixo que seja do jeito que é. Deixo que isso fique comigo e me deixo ficar com isso.

Paul Ferrini




Controle das emoções

O primeiro e mais poderoso método para se obter um comando sobre as emoções é - como em tudo que se refere à consciência - a Meditação. Diante do contato com o mundo que perturbou as emoções, a Meditação deve ser um recurso. De volta ao corpo, após o período de sono psíquico, vindo de um mundo mais sutil do que o físico, o EGO encontrará sua morada calma e pode tomar posse serenamente do cérebro e dos nervos repousados. A Meditação não será eficaz se feita na parte mais avançada do dia, mais tarde, quando as emoções tiverem sido perturbadas e quando estiverem em total atividade.

Outro método de controle das emoções é o de refletirmos antes de falar, a fim de contermos as palavras. O homem que aprendeu a controlar seu discurso conquistou todas as coisas, diz um antigo legislador oriental. A pessoa que nunca profere uma palavra irrefletida ou ferina está bem situado no controle das emoções. Controlar o modo de falar é o mesmo que controlar toda a sua natureza.

Ter medo do silêncio é indício de fraqueza mental, e o silêncio calmo é melhor do que um discurso tolo.

Um terceiro método de controle das emoções é o de refrear a ação sobre o impulso. A pressa no agir é característica da mente moderna e é a rapidez excessiva que constitui a sua virtude. Quando consideramos calmamente a vida, reconhecemos que nunca existe uma necessidade de pressa, sempre existe tempo suficiente e a ação, mesmo rápida, deve ser refletida e isenta de pressa. Quando surge um impulso vindo de qualquer emoção forte, e a ele obedecemos, pulando adiante como uma mola e irrefletidamente, estaremos agindo de modo nada sábio. Se fizermos um treinamento para, em negócios comuns, pensarmos antes de agir, depois, se um acidente, ou outra coisa acontecer, na qual uma ação rápida seja necessária, a mente pronta equilibrará as demandas do momento e dirigirá a ação rápida, mas não haverá nenhuma pressa, nenhum ato às cegas ou irrefletido.

Extraído de "Um Estudo sobre a Consciência", por Annie Besant, Edição de Adyar, 1954

Tradução: Maurilena Ohana Pinto, MST da Loja Annie Besant, Belém-PA.




Felicidade, autoconhecimento e verdades desagradáveis

A primeira chave para a felicidade, diz o Guia, é o autoconhecimento. Esta seria uma afirmação incontroversa; certamente, todas as pessoas cultas concordariam que o autoconhecimento é de inestimável valor. Então, por que ele é tão difícil de alcançar?
Talvez porque ninguém goste de ouvir verdades desagradáveis e pouco lisonjeiras a seu respeito, verdades que são no entanto, as mais importantes que possamos conhecer.

Os estágios iniciais do Pathwork concentram-se basicamente no aprendizado de como penetrar na Máscara e então em como tornar-se consciente do Eu Inferior que se oculta sob ela; isso porque são essas duas camadas da personalidade que escondem o Eu Superior – aquela centelha de divindade interior que se encontra no âmago de cada um de nós.

Eva Pierrakos




Felicidade

Bem no fundo do coração de cada ser humano existe o anseio por felicidade. Mas o que é felicidade? Se você perguntar a pessoas diferentes, receberá diferentes respostas.

Os espiritualmente imaturos, após pensar por algum tempo, dirão, talvez, que se obtivessem esta ou aquela satisfação ou tivessem uma preocupação eliminada, seria, felizes. Em outras palavras, para eles felicidade significa que certos desejos sejam satisfeitos.

Mesmo que esses desejos se tornassem realidade, porém, tais pessoas não seriam felizes. Elas ainda sentiriam lá no fundo uma certa inquietude. Por quê? Porque a felicidade não depende de circunstâncias exteriores ou de outras pessoas, não importa quão
convencida esteja a pessoa espiritualmente imatura dessa falácia.

A pessoa espiritualmente madura sabe disso. Sabe que ela mesma é a única responsável por sua felicidade ou infelicidade. Ela sabe que é capaz de criar uma vida feliz, primeiro dentro de si mesma, e então, inevitavelmente, também na sua vida exterior. O indivíduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem que ser criada primeiro no nível exterior, pois as circunstâncias externas, que não são necessariamente produzidas por ele, devem atender plenamente os seus desejos e, que quando isso for alcançado, a
felicidade se seguirá. Os que se encontram amadurecidos espiritualmente sabem que se dá exatamente o contrário.

Muitas pessoas não querem reconhecer essa verdade. É mais fácil culpar o destino, a injustiça do destino ou das forças superiores, ou ainda as circunstâncias causadas por outras pessoas, do que ser responsável por si mesmo. É mais fácil sentir-se vítima.

Dessa forma, não é preciso examinar, por vezes muito profundamente e com máximo de honestidade, o próprio interior.
Ainda assim a grande verdade é: a felicidade está em nossas próprias mãos. Está em seu poder encontrar a felicidade.

Eva Pierrakos




Restos de medo

Tu reténs milhares de pequenos restos de medo que impedem a entrada Daquele que é Santo. A luz não pode penetrar através das paredes que fazes para bloqueá-la e se recusa para sempre a destruir o que tu tens feito. Ninguém pode ver através de uma parede, mas eu posso contorná-la. Vigia a tua mente buscando os restos de medo, ou não serás capaz de me pedir que o faça. Eu só posso ajudar-te do modo como o nosso Pai nos criou. Eu vou amar-te e honrar-te e manter completo respeito por aquilo que tens feito, mas não vou apoiar o que fizeste a não ser que seja verdadeiro. Eu nunca te abandonarei assim como Deus também jamais o fará, mas tenho que esperar enquanto escolheres abandonar a ti mesmo. Porque eu espero com amor e não com impaciência, com toda a certeza tu me chamarás verdadeiramente. Virei em resposta a um único chamado inequívoco.

Um Curso em Milagres




Corpo de dor

Muitos atos de violência são cometidos por pessoas "normais" que se transformam temporariamente em seres desequilibrados. Em julgamentos criminais em todas as partes do mundo, advogados de defesa costumam dizer frases como "Ele estava completamente fora de si", enquanto os acusados afirmam algo do tipo "Não sei o que deu em mim". Até onde eu sei, nenhum advogado de defesa forneceu a seguinte explicação ao juiz: "Este é um caso de responsabilidade reduzida. Meu cliente estava com o corpo de dor ativo, por isso não sabia o que estava fazendo. Na verdade, não foi ele que fez aquilo, e sim seu corpo de dor." Talvez não esteja longe o dia em que coisas assim comecem a ser ouvidas nos tribunais.

Será que isso significa que as pessoas não são responsáveis por seus atos quando estão possuídas pelo corpo de dor? Minha resposta é: como podem ser? Como é possível alguém responder por suas atitudes se está inconsciente, se não sabe o que está fazendo? No entanto, no quadro mais amplo das coisas, os seres humanos devem evoluir como seres conscientes, e os que não seguem esse caminho sofrem as consequências da sua inconsciência. Eles não estão alinhados com o impulso evolucionário do universo.

E até mesmo essa afirmação só é verdadeira em parte. De uma perspectiva superior, é impossível não estar alinhado com a evolução do universo. Até mesmo a inconsciência humana e a dor que ela produz fazem parte desse progresso. Quando não conseguimos mais suportar o ciclo interminável de sofrimento, começamos a despertar. Portanto, o corpo de dor também ocupa um lugar necessário no quadro mais amplo.

Eckhart Tolle




Cada ataque

...cada ataque é um pedido de ajuda ou um pedido de amor porque se a pessoa se sentisse amada, ele ou ela não poderiam nunca atacar. O ataque é uma expressão do fato de que a pessoa não se sente amada e, portanto, é um pedido de amor. Está dizendo: “Por favor, me mostre que eu estou errado, que realmente existe um Deus que me ama, que eu sou a Sua criança e não um filho do ego”.

Um Curso em Milagres


Fingir que não estamos chateados

Fingir que não estamos chateados quando estamos é bobagem. No entanto, fazemos isso o tempo todo.
"Não estou chateado". (negação)
"É você que esta chateado". (projeção)

A ilusão nasce da negação. É um alicerce erigido em areia movediça. Ela começa com um simples mal-entendido e acaba com outro muito pior. Portanto, temos de concordar em sentir o medo, pois é na negação do nosso medo que a ilusão se consolida. Todas as iniquidades deste mundo vem dessa negação em nossa mente.

Paul Ferrini




A cova profunda em nosso coração

Temos de encarar o fato de que queremos amor e não nos sentimos amados nem amorosos. Precisamos ficar com esse vazio, com essa falta aparente. Quando ficamos com esse vazio, conseguimos olhar por trás dele. Isso nos ajuda a entendê-lo melhor. É então que encontramos o amor que achamos que nos falta.

A fonte de amor não está na superfície. Ela está enterrada no nosso coração, numa cova tão profunda quanto o nosso sofrimento. Temos de descer até ali para encontrar. Temos de ir além do nosso medo, da nossa raiva, da nossa vergonha para sentir o nosso amor. Essa descida é metade do caminho. Não podemos acolher o amor enquanto não aprendermos a ficar com o nosso medo e com o os nossos sentimentos de separação. Temos que nos entender com as nossas emoções.

Paul Ferrini




Ciclo de culpa e ataque

O propósito fundamental do ego é manter-nos culpados. Mas ele não nos pode dizer isso porque, se o fizer, não vamos prestar nenhuma atenção a ele então ele nos diz que se seguirmos o que ele nos aconselha, ficaremos livres da nossa culpa. 

E o modo de conseguirmos isso, mais uma vez, é negar a sua presença em nós, vê-la em alguma outra pessoa e depois atacar essa pessoa. Assim ficaremos livres da nossa culpa. Mas, o que ele não nos diz é que atacar é o melhor meio de nos manter culpados. Isso é verdade porque, como declara um outro axioma psicológico, sempre que você ataca uma pessoa qualquer, seja na sua mente ou de fato, você se sentirá culpado.

Não há forma alguma de ferir qualquer um, seja em pensamento ou atos, que não acarrete sentimentos de culpa. Você pode não experimentar a culpa—por exemplo, psicopatas não experimentam a própria culpa—mas isso não significa que em um nível mais profundo não se sintam culpados.

Nesse ponto, o que o ego faz, e de modo muito astuto, é estabelecer um ciclo de culpa e ataque através do qual quanto mais culpados nos sentimos, maior será a nossa necessidade de negar a culpa em nós mesmos atacando uma outra pessoa por isso.

Contudo, quanto mais atacamos um outro, maior será a nossa culpa pelo que fizemos, pois em algum nível reconhecemos que atacarmos aquela pessoa falsamente. Isso só nos fará sentir culpa e manterá a coisa toda indefinidamente. É esse ciclo de culpa e ataque que faz o mundo girar, não é o amor.

Um Curso em Milagres




Nossa raiva, nossa culpa querendo sair

Qualquer expressão da nossa raiva—seja na forma de um leve toque de aborrecimento ou fúria intensa (não faz nenhuma diferença; elas são a mesma [L-pI.: -J)— é sempre uma tentativa de justificar a projeção da nossa culpa, não importa qual pareça ser a causa da nossa raiva.

Essa necessidade de projetar a nossa culpa é a raiz da causa de toda a raiva. Você não tem que concordar com o que as outras pessoas dizem ou fazem, mas no minuto em que experimenta uma reação pessoal de raiva, julgamento ou crítica, isso vem sempre porque você viu naquela pessoa alguma coisa que negou em Si mesmo. Em outras palavras, você está projetando o seu próprio pecado e culpa naquela pessoa e os ataca lá.

Um Curso em Milagres




Permissão aos sentimentos (Passo a Passo)

O primeiro passo do perdão é dar a nós mesmos permissão para ter medo e para sentir os nossos sentimentos. Não podemos superar o medo se tivermos medo de sentí-lo. 

Reconhecendo o medo, a tristeza, a dor, a mágoa, a inveja, a raiva, os sentimentos de separação. Sem justificar esses sentimentos, nem condená-los. Só vamos tomar consciência de que eles existem. O processo a seguir pode nos ajudar a ficar com os nossos sentimentos sem fugir deles (negando-os) ou exteriorizá-los (projetando-os).

1. Reconhecemos o sentimento
2. Não justificamos nem condenamos o que estamos sentindo.
3. Aceitamos o sentimento e nos damos permissão para senti-lo.
4. Deixamos que o sentimento fale conosco.
5. Respeitamos o sentimento como uma comunicação interna.
6. Assumimos a responsabilidade pelo sentimento; por exemplo, "Eu me sinto magoado, furioso, triste, etc.".
7. Resistimos a qualquer inclinação para responsabilizar outra pessoa pelo que estamos sentindo. Ficamos com o sentimento.
8. Nós nos recusamos a racionalizar o sentimento. Não é importante saber "por que" nos sentimos assim.
9. Quando ficamos com o sentimento, tomamos a consciência de que não estamos sendo muito amorosos nesse momento nem com nós mesmos nem com os outros.
10. Deixamos que essa mensagem mergulhe fundo dentro de nós e ficamos com o sentimento até que ele comece a se modificar.

Paul Ferrini




Um samurai visitou um mestre zen

Um samurai visitou um mestre zen e perguntou-lhe qual era a diferença entre céu e inferno. O mestre zen virou o rosto e disse que não tinha tempo a perder com um homem tolo. O samurai ficou enfurecido e sacou da espada para atacar o velho mestre. O mestre zen o fez parar e disse: "Isso, senhor, é o inferno". No mesmo instante, o samurai reconheceu o poder e a sabedoria do velho. Ele embainhou a espada e curvou-se respeitosamente. E o mestre disse: "Isso, senhor, é o céu".

A desconfiança é o nosso inferno. Quando entramos em nossa bolha de desconfiança, o espaço é muito escuro. Nessa bolha, estamos presos em nossas crenças, percepções e expectativas negativas, o que nos impede de receber e desfrutar o amor e a beleza. A desconfiança é também uma saída fácil porque não oferece risco. É assim que o mundo funciona, portanto é fácil encontrar rapidamente correspondência para as nossas crenças e opiniões desconfiadas. Passar a confiar exige muita coragem.

Krishnananda




Inocência e confiança

Nosso estado natural é de inocência e confiança. Mas ele foi enterrado sob uma profunda desconfiança na vida e nos outros. Agora o estado que conhecemos é o da desconfiança, facilmente disparado quando nos sentimos mal-amados e desrespeitados.

Nossa desconfiança é uma bolha - um estado de transe. Quando estamos dentro dela, ficamos no passado. Observamos a realidade presente através de um véu distorcido por experiências traumáticas do passado. Desse estado de transe, inconscientemente somos atraídos por situações carregadas de expectativas e atraímos comportamentos que fazem eco aos nossos traumas anteriores. Então experimentamos novamente o trauma e a desconfiança se confirma. É um doloroso círculo vicioso.

Nossa desconfiança é ainda agravada pela esperança de que acabaremos encontrando alguém ou mudaremos a pessoa que está conosco para que nos trate como queremos ser tratados. Essa é a desconfiança da co-dependência.

krishnananda




Me aceitar, me perdoar, assumir a responsabilidade

As outras pessoas parecem causar a sua felicidade ou a sua tristeza, mas a sua crença de que elas são, de algum modo, responsáveis pela sua vida é só uma aparência, uma distorção que encobre a substancia real. Buscar a alegria ou a fonte do perdão fora de nós mesmos só causa decepção.

Nós só temos acesso a três estados de consciência. Um é o amor, que é eterno e incondicional. O outro é o medo, que é temporário e condicional. E o último é o perdão, que é uma ponte entre a ilusão do medo e a realidade do amor.

O primeiro grande movimento no processo trifásico do perdão é me aceitar. É me perdoar. É assumir a responsabilidade por mim mesmo. É reivindicar a minha própria vida agora mesmo, em sua totalidade, exatamente como ela é, sem julgamento. É me amar a cada instante. É ser o meu próprio suprimento de amor.

Paul Ferrini




Perdão é um processo contínuo

Perdão é um processo contínuo, incondicional que começa em nosso próprio coração a partir do autoperdão.

Por que precisamos do perdão? Porque todos nós nos condenamos. E todos nós tentamos nos livrar do ódio que nutrimos contra nós mesmos projetando nos outros a responsabilidade pelos nossos problemas.

No fundo de cada um existe uma criança ferida que precisa ser curada. O processo de perdão oferece a essa criança a oportunidade de cura. E, por meio da auto-aceitação podemos envolver em amor essas feridas interiores. Todo ato de aceitação neutraliza julgamentos que fizemos, todo ato de aceitação abre nosso coração para o amor. E o amor cura todas as feridas.

Paul Ferrini




Não persiga o passado

O Buda ensinou que não deveríamos perseguir o passado “porque o passado não existe mais”. 

Quando estamos perdidos em pensamentos sobre o passado, perdemos o presente. A vida existe somente no momento presente. Perder o presente é perder a vida.

O que o Buda quis dizer é muito claro: nós devemos dizer adeus ao passado de forma que possamos retornar ao presente. Retornar ao presente é ficar em contato com a vida.

O presente contém o passado. Quando entendermos como nossas formações internas causam conflitos em nós, poderemos ver como o passado está no momento presente, e não mais seremos subjugados pelo passado. Quando o Buda disse “Não persiga o passado” ele estava nos dizendo para não sermos subjugados pelo passado. Ele não quis dizer que deveríamos parar de olhar para o passado de forma a observá-lo em profundidade.

Quando revemos o passado e o observamos profundamente, se estivermos firmemente ancorados no presente, não seremos subjugados por ele. Os materiais do passado que constroem o presente se tornam claros quando se expressam no presente.
Podemos aprender com eles. Se observarmos estes materiais em profundidade, podemos chegar a um novo entendimento sobre eles. Isto é chamado de “olhar novamente para algo antigo de forma a aprender algo novo”.

Se soubermos que o passado também está localizado no presente, entenderemos que somos capazes de mudar o passado ao transformar o presente. Os fantasmas do passado que nos seguem no presente, também pertencem ao momento presente. Observá-los em profundidade, reconhecer sua natureza e transformá-los, é transformar o passado.

Thich Nhat Hanh





Se puder confiar sempre

Se você puder confiar sempre, uma coisa ou outra sempre acontecerá e ajudará seu crescimento. Suas necessidades serão supridas. 

Tudo aquilo que for necessário numa determinada época ser-lhe-á dado, nunca antes. Você somente o recebe quando precisa, e não há sequer um único momento de atraso. Quando você o necessita, você o recebe imediatamente, instantaneamente!

Essa é a beleza da confiança. Pouco a pouco, você vai aprendendo como a existência cuida de você. Você não está vivendo em uma existência indiferente. Ela não o ignora. Você está preocupado desnecessariamente; tudo é provido. Uma vez que você descubra a chave de perceber isso, toda a preocupação desaparece.

Osho





Quando nos tornamos conscientes

"Quando nos tornamos conscientes do ego em nós, isso não significa que sabemos quem somos - isso quer dizer que sabemos quem não somos. Mas é por meio do conhecimento de quem não somos que o maior obstáculo ao verdadeiro conhecimento de nós mesmos é removido." Eckhart Tolle