terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Reatividade por feridas profundas

Muitas vezes as pessoas têm tantas feridas emocionais de traição, invasão e abandono que estão profundas dentro de si e essas feridas são tão dolorosas que, mais fácil que investigar a verdadeira raiz dessas dores é achar uma pessoa de confiança que ela possa descarregar em forma conflito sua raiva e toda a carga de dores que ela sofreu.

Do ponto vista do tratamento, se observa inicialmente que a dor destas feridas são tão grandes, que a pessoa não permite ninguém tocá-las, portanto não confia em ninguém, não procura se tratar e prefere sobreviver utilizando como artifício o relacionamento íntimo para liberar o excesso de dores e sofrimentos de suas feridas.

Assim usa este relacionamento como válvula de escape para as dores, mesmo que não tenha motivo para briga, essa energia de conflito virá de dentro da pessoa que possui essas feridas, pois ela precisa por pra fora, então qualquer coisa é motivo para uma discórdia, esse movimento é muito confortável para a pessoa que o inicia, pois sabe que vai se aliviar começando a por suas dores para fora por meio da raiva com seu parceiro.

Neste momento, onde uma pessoa impulsiva está jogando suas raivas na outra, para quem pratica isso por um breve momento é uma mistura de alívio, mas logo em seguida vem a descompensação física, energética, tristeza e depressão, tudo isso sem contar os danos irreversíveis causados na outra pessoa e o pior de todo este cenário é que este movimento não vai efetivamente curar as dores da pessoa, apenas alivia temporariamente o excesso de tensão causado pelo incessante sofrimento interior.

A reatividade desta maneira vai fomentar a autodestruição da pessoa em todos aspectos mesmo que seja inconsciente, vai também gerar frustração, decepção, sofrimento para si e para os outros. Em nossa evolução é provável que tenha sido útil a reatividade quando nossos ancestrais precisavam ser fortes e selvagens para revidar na luta pela sobrevivência, mas ainda hoje pessoas sobrevivem de maneira primitiva. A reatividade é um mecanismo de defesa natural e não há problema algum nisto, mas com o tempo nós fizemos da reatividade um subterfúgio para exteriorizar dores e emoções não compreendidas.

O grande primeiro passo para sair do sofrimento, depois de adquirir a grande vontade íntima de querer mudar sua vida, é desenvolver autopercepção suficiente para alcançar o reconhecimento de suas emoções, gatilhos e reações. Temos uma infinidade de ferramentas e recursos para este desenvolvimento como práticas de meditação, exercícios de plena atenção (mindfullness), tratamentos terapêuticos, etc...

Estando reativos emocionalmente por exemplo: exigindo algo de alguém muitas vezes ficamos cegos, podemos ter muita dificuldade em se perceber, observar nossas próprias emoções sem entrar em ação, pois não estamos usando nosso lado racional do cérebro (Neocortex), simplesmente estamos dominados pelo lado emocional do nosso cérebro (sistema límbico) e reagindo impulsivamente conforme o volume de energia emocional. Dai porque muitas fatalidades acontecem quando uma pessoa está agindo sob fortes emoções, para logo em seguida ao recuperar a razão se arrepender de seus atos.

Segundo a neurociência só depois que paramos todas atividades por pelo menos 6 segundos é que nosso lado racional volta a funcionar. Essa é a primeira técnica que eu ensino aos meu clientes, pois é a mais fácil e rápida. Então aquela frase de conhecimento popular: "ta nervoso, conte até 5" está correta desde que de os 6 segundos.

Para finalizar quero convidar você para uma prática que vai aumentar sua atenção, trazendo mais tranquilidade e percepção de suas emoções.

Exercício da mão não dominante: utilize sua mão não dominante para executar um pouco das tarefas que habitualmente você já faz sem perceber no piloto automático com a outra mão. Comece devagar usando sua mão não dominante alguns minutos com as talheres nas refeições, escovando os dentes ao menos uma vez ao dia, e fazendo pequenas tarefas. A mão não dominante é como se fosse nossa mão mais nova que não aprendeu a fazer as coisas enquanto a outra mais velha é a que sabe e faz tudo, essa prática além de desenvolver nossa presença nos estimula a ter compaixão e valorizar as pessoas que estão aprendendo.

Fico feliz com sua participação, faça um comentário após a prática, estou a disposição para responder perguntas.

Trabalho com desenvolvimento de pessoas e auxilio no processo de transformação e mudança de vida. Atendimento online, me contate para agendar uma sessão.

Luís Fernando Richter

Coach




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